Dê-me uma esmola de amor
Desses olhos castanhos
Por que dormes
Em abandono
Daquele que te amou
Em abandono
Daquele que te amou
Tendo o peito
Envolto em chamas
E que teme teu desamor?
Envolto em chamas
E que teme teu desamor?
Dê-me
Por favor
Por favor
Dessa boca tão macia
Um beijo
Um beijo
De encontro
À minha
À minha
E verás
O que é fervor
O que é fervor
Juro, construirei
Com todo carinho
Nosso aquecedor ninho
No caminho do esplendor
Que a alegria apadrinhe
Nosso futuro casamento
E que não exista entre nós
A dor da separação
Se o sofrimento
Nos perseguir,
Nos perseguir,
Procurarei sorrir
Embora não consiga
Evitarei
Que nos siga
Algum malefício
Assim
Morena, olhe para mim!
Não vá
Meu bem
Espere!
Meu bem
Espere!
Dê-me a chance
Da declaração...
Se em ti não
Vingar emoção
Que te vás
E me esqueças
Antes que te aborreças
Com minha canção
Com minha canção
Assim cantei
E ela desapareceu
Nem sequer um doce olhar
Para mim desabrochou
Dois anos depois
Foi quando avistei a bela
Semeando amor por ela
Mas, era mulher de Heitor
De que adiantou
Eu saber do triste fato
Se meu coração, ingrato
Em lágrimas cristalizou?
Não havia uma vez
Em que ela passasse
Sem arrancar-me suspiros
E disso, seu marido um dia se zangou
Desafiando-me
A um duelo
Em um lugar singelo
E logo arma sacou
Eu, que não tinha arma lhe disse:
_Meu amigo, amo sua mulher,
Mas, por sua vez, ela nem para mim olha.
Disputar-lhe? De que me valeria tal glória?
_Pois deixe de a olhar _Disse_
Ou se haverá comigo
Seu safado
Metido a conquistador!
Respondi: _Tentei a conquistar
Sem saber que era casada
Mas, meu camarada
Em meus olhos vagabundo nenhum mandou
E você não será o primeiro
Pois sou violeiro
A quem, até hoje
Ninguém domou
Tenho nome
A quem interessar, é Amadeu
No seu lugar
Não me meteria com um homem feito eu!
Foi nessa hora que ele atirou
Eu, sabendo capoeira
De enfrentá-lo caí na besteira
Porém, ele sabia judô
Na luta, violenta,
Não se sabe, de nós
Quem mais sangrou
Depois veio a polícia
Batendo-nos, sem temor
Teve fardado que apanhou
Mas, nenhum quanto nós dois
Entramos em coma
E sabe quem de nós cuidou?
Isadora
A bela dos olhos castanhos
A causa daquela dor
Ateu Poeta
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