10-SEREIA DO SERTÃO
Um ser tão intenso me afoga na imensidão extrema da poesia
Morri no mar de areia dos olhos da sereia do sertão
Para nunca mais renascer Jaraguari nem Dioniso
A sopa cósmica já não cabe na boca da noite nem na aura de Aurora
A fome de ilusões bebe a sede de deserto que almoçou minhas certezas
Aqui no inferno me dói não ser Dante
Herói sem Eros aquém de mim mesmo e do homem-além que nunca serei
Em busca dos anais da tua anatomia digital de prima donna
Presa no cubo à esmo dos próprios filamentos neurais em crise
Pletora na sinfonia dos ais de toda metáfora sepulcral
Sucumbiu o espectro do questionador químico
Axioma, síntese, sintaxe e sintagma de um ateu poeta
Historiador de etimologias e anátemas do sistema paradoxal
Guerreiro ferido sem cura na inequação do teorema dos desejos que nem sei
Ateu Poeta
26/01/2013

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