quarta-feira, 25 de setembro de 2019

DADOS DO LIVRO

Título do livro: Isadora

Gênero: Poesia

CAPA:
Ateu Poeta

Ateu Poeta/Aroldo Historiador/ Amadeu Nuvem

SUMÁRIO


SUMÁRIO:

1-ISADORA
2-PARADOXO
3-CAMPARI
4-À VENDA
5-A DOR DO MUNDO
6-CORPO-PRISÃO
7-GRAFIA INTANGÍVEL
8-PÁ DE PÓ
9-JOSÉ DE DRUMMOND
10-SEREIA DO SERTÃO
11-DILEMAS
12-SONHOS NIBELUNGOS
13-NATUREZA FUGAZ
14-CONSTELAÇÃO
 15-ESTRELA
16-CRAV-MAGÁ
17-MENTE MARCIAL
18-FOGO
19-TUA VOZ
20-BOCA
21-JARDIM PUTREFATO
22-NO OLHO DO FURACÃO
23-SONHO DE VOAR 
24-IANQUES
25-PODRIDÃO
26-CARRANCA
27-VAIDADES DO MUNDO
28-NAS PROFUNDEZAS DO MAR
29-O CANTO DA MAÇÃ
30-ASAS NOTURNAS
31-FILHOS DO CAOS
32-CASTELO EM RUÍNAS
33-BASILISCO
34-ORÁCULO DE DELFOS
35-PARTÍCULA ELEMENTAL
36-CORRIDA SIDERAL
37-ALMA
38-HOLOFOTES DO MUNDO 
39-HISTÓRIA VIVA
40-MARGEM
41-DAMA DA NOITE
42-DISPARATE UNIVERSAL
43-ROSA DE FRENESI
44-TEMPLO DA POESIA
 45-SINAL
46-A TEIA
47-AS PORTAS DO CÉU
48-VIDA BANAL
49-AFORISMO DO CONDOR
50-LENTES POLAROIDES
51-FESTA À FANTASIA
52-SONHO DE VALSA
53-DECOTE
54-BOCA MUDA
55-MÁSCARAS CULTURAIS






155-O GRAMPO

155-O GRAMPO

155-O GRAMPO

Tá todo mundo no grampo
No grampo, no grampo
Há tanto terrorista
Comunista na lista

Terceiro-mundista
Anti-imperialista
Tá todo mundo no grampo
No grampo, no grampo

Quem pode confiar?
Há veneno no ar
E o meu caviar
Quem vai provar?

Tá todo mundo no grampo
No grampo, no grampo

Ateu Poeta
28/12/2013

154-O MUNDO É UM VENTILADOR

154-O MUNDO É UM VENTILADOR

Sou Geraldo Viramundo
Padre, soldado e ator
Louco político desarmado
Ladrão de rosas amado

Que luta contra opressor
Por ilusões quixotescas
Penetra nas festas grotescas
De mequetrefes de Minas

Mentecapto sem fuzil
Neste inapto Brasil
De grandes desavenças
Onde inocente vira infrator

Não importa quem vença
O mundo é um ventilador

Ateu Poeta
27/12/2013

153-O TEMPORAL II

O TEMPORAL 2

Olho para onde você não está
Carta ao mar
Sem âncora nem garrafa
Pescador sem tarrafa

Isca ou anzol
Cego ao Sol
No arrebol do vendaval
E você não está

Na rua ou no bar
Nem na estrela longínqua
É à míngua procurar
Mesmo na Lua

Um temporal decerto
O deserto é meu lar

Ateu Poeta
27/12/2013

152-FILHO DE BIMBA

152-FILHO DE BIMBA

Eu sou filho de Bimba
Ê! Ceará que dança capoeira! 
Eu vou jogar
Essa luta é capoeira! 

Ê! Ceará
Que dança capoeira!
Eu vou jogar
Essa luta é capoeira!

Ateu Poeta
23/12/2013

151-TREVAS TEMPORAIS

151-TREVAS TEMPORAIS

Dificultamos nossas vidas demais
Pra que tantos jogos?
Bóbus bobos banais
Abóboras, abóbodas, vitrais

Onde nenhuma princesa se esconde
Nem há conde com presas fatais
No horizonte do monte pra trás
Represas, prisões, tribunais

Gaiolas, galés, rituais
Argolas, correntes astrais
Traição traz caos 
No cais

Tétricas trevas tribais
Paralelos elos temporais

Ateu Poeta
23/12/2013

150-TROVAS E TROVÕES

150-TROVAS E TROVÕES

Um dia, guria 
A História será
Memórias de sonetos
Frenesi do Ceará

Em cada trova
Uma prova andará
De raios e trovões 
Pólvora em polvorosa

De diversos clarões
A prosa se perderá
Para o verso de momento
Elísio vento que aprova

A víride verve que vive
No controverso pensamento

Ateu Poeta
19/12/2013

149-PLUMA E PONTE


Amizade é voz que harmoniza a poesia
Melodia que envivece a foz
Alento atento
De perto e de longe

Cala e cria desertos
De monge
Música em alegro supremo
Largos lagos

E não miragem
Mas, carruagem dos sonhos
Em mundo risonhos mil
Ribalta a fio no monte

Horizonte abre o Queronte
Parceria, pluma e ponte


Ateu Poeta
18/12/2013

148-VINTE VENTOS

148-VINTE VENTOS

Viver é um ato de rebeldia
Contra o nobre anoitecer
A tecer o dia
Em toda a desarmonia do sol

Frenesi
Fenecer
O futuro que aturo
Será o fiasco de todos

A sétima queda
De Hórus e Seth
O terceiro olho
São os próprios filamentos neurais

Verdades aos vinte ventos
Já não canto mais

Ateu Poeta
15/12/2013

147-DISTÂNCIA

147-DISTÂNCIA

É preciso distância
De amigos e inimigos
Para serdes por aqueles lembrado
E por estes esquecido

De modo que serás apunhalado
Com muito menor frequência
A melhor companhia perene
É feita por quem ignora

A tua identidade
E que nada sente
Em relação a ti
Ocupando o bastante

Com a própria vida
Só toma conta de si

Ateu Poeta
15/12/2013

146-VIDA CIGANA

146-VIDA CIGANA

É tão bacana desbravar as cidades
Mil tempestades moram dentro de mim
Nasci na gana sem grana dos mares
Os meus lares são detalhes sem fim

Ô! vida cigana
Na toscana estou tocando clarim
Ô! vida cigana
O meu deserto-nirvana é assim

Canto porque me encantam lugares
Só se engana quem não sabe seguir
Não sei ao certo aonde ir
Mas, nessa noite eu quero me divertir

Ô! vida cigana
Eu vou dançar até o mundo sumir

Ateu Poeta
11/12/2013

145-NARCISO

145-NARCISO

Narciso morreu no rio
Como Ícaro ao sol
Em voo destemido 
Frenesi garrido 

O impulso é instinto sem amparo
Arrebol pelo qual
O homem é consumido 
A verdadeira tragédia

Não é adorar a si
Mas a comédia de não saber nadar
Afogar-se à margem da miragem
Para cada crista criou-se um deus

A sarcástica cripta 
À mitra da própria imagem

Ateu Poeta
10/12/2013

144-MÚSICA, HISTÓRIA E POESIA

144-MÚSICA, HISTÓRIA E POESIA

É impossível ser feliz sem melodia
A música é o âmago da poesia
E esta retriz da fantasia
A outra perna do tripé é a História

Por que traz além de guerras e glórias
A paz que apraz quem tem identidade
Não só o sujeito
Mas a sociedade

Raiz etimológica e etnológica da questão
Que seria das ciências sem a Historiografia?
Quem não canta, se encanta ou recorda
Está preso na vida por uma corda sem cor

É vegetal de rancor
Não tem coração 

Ateu Poeta
08/12/2013

143-BONECOS DE NEVE

143-BONECOS DE NEVE

Uns fazem a revolução
Outros assistem no trem
Enquanto aqueles persistem
Estes desistem dos sonhos

Uns aprendem a votar
Outros se deixam comprar
E elegem um congresso de gesso
Bonecos de neve risonhos

Viram cocaína
O país é feito de pás de cal
A Pax do concreto dobra a esquina
Helicóptero que baixa decreto

É a lei do crime
Que rege o alfabeto

Ateu Poeta
30/11/2013

142-GRÃ-JOIO


Para uma grande mente
Qualquer gaiola aperta
Sabe que não é liberta
O próprio universo é prisão

A existência só afrouxa os grilhões
Até se pode pensar quebrar as correntes
Mas as verdadeiras leis não estão escritas
Não dá pra burlar as regras

Por isso todo mundo finge
Um pouco de ilusão faz bem
Porque desafoga o coração na ribalta
O sentido é uma falsificação cognata

Que a prata consome
E chama de pão

Ateu Poeta
30/11/2013

141-O MUNDO É UM MORFEMA

141-O MUNDO É UM MORFEMA

Em volta do ser
Um ecossistema
O trema da letra
O mundo é um morfema

E tudo se resume à Química
Na tabela periódica
Ligações atômicas que esqueci
Talvez sempre haja inequações

A música é a mais bela das ilusões
Seguida de perto pela poesia
Abstrações que fantasiam a vida
Por que a realidade é chata e vazia

É preciso calar o caos e a euforia
No soneto que o tédio faria

Ateu Poeta
30/11/2013

140-SINFONIA ESPECTRAL

140-SINFONIA ESPECTRAL

No seio blues do arrebol
A luz do sol me mata
Como vampiro de Sumatra
Ou boêmio da Baviera

Canto no frio e na solidão
Porque o mundo é vão
Vil em todas as eras
De sonhos e quimeras

Universo nunca foi verso ideal
Em nenhuma poesia
Mas, sinfonia sem maestro
O macro é só espectro fractal

A euforia do medo não muda nada
Minha pluma em segredo não faz carnaval

Ateu Poeta
28/11/2013